As glórias, ou glórinhas quando são feitas em tamanho miniatura, são um doce tradicional português, que faz parte da pastelaria clássica portuguesa, e ao qual ninguém fica indiferente.
Com a sua massa folhada bem sequinha e crocante, a camada generosa de creme de ovo e a calda de açúcar bem lisa e brilhante fazem deste bolo um dos mais apreciados das pastelarias e confeitarias de todo o País.
Consta que este bolo foi mais um dos que nasceu para que as freiras dos conventos do norte do pais pudessem dar uso ao excedente de gemas que aí existia. Como todos sabemos as claras de ovo eram usadas para engomar os tecidos e era então necessário dar uso às gemas.
E nós só temos a agradecer o legado que nos foi deixado!
Se dá trabalho? Não acho nada demais. Compensam largamente o trabalho que dão pelo bem que sabem ao provar!
Com cerca de 1,500g de massa fiz uma glória gigante, cerca de 12 médias e outras tantas em miniatura.
Os comentários dos familiares foram unânimes, "são maravilhosas"!
Aqui está a receita:Ingredientes:
1,5kg de massa folhada de padaria/caseira
Doce de Ovos:
15 gemas de ovos caseiras
300g de de açúcar
200ml de água
Calda de açúcar da cobertura:
400g de açúcar
250ml de água
Preparação:
Folhado:
A massa folhada que uso habitualmente é de padaria. Bem amanteigada e que folha muito bem.
Desta vez pedi para me cortarem um quadrado grande de massa com o dobro da grossura habitual. Podem encontrar também em hipermercados, na secção de congelados massa folhada assim mais grossa.
Com moldes a seu gosto corte rodelas de massa e com um cortante mais pequeno, por exemplo um descaroçador de maçãs, retire o centro da massa. Pode usar essas rodelas pequenas para fazer as mini glorinhas, e tire-lhe o centro com uma rolha plástica ou com um bico de pastelaria.
Eu ainda fiz uma glória grande, tipo bolo.
Coloque as rodelas de massa em tabuleiros forrados com papel vegetal, e pique-as com um palito grosso em 4 zonas. Coza a massa em forno bem quente a 190º.
As argolas de massa devem crescer bem e ficar douradinhas. Claro que as miniaturas cozem bem mais rápido, vá vendo e retire-as.Coloque-as numa rede a arrefecer.
Separe as gemas das claras e coloque as gemas num coador. Eu gosto de coar as gemas e de lhes retirar a pele, para os doces não ficarem com um exagerado sabor a ovo.
Leve o açúcar a ferver uns 5/7 minutos. Deixe amornar um pouco a calda e depois coloque um pouco sobre as gemas, isto chama-se "temperar as gemas". Mexa bem e depois junte à restante calda.
Leve ao fogão a engrossar em fogo baixo. O doce não deve engrossar demasiado.
Deixe arrefecer um pouco e vá mexendo o doce.
Mergulhe as argolas ("com a cabeça para baixo") no doce, praticamente até baixo e deixe-as a escorrer sobre uma rede.
Calda:
Leve ao fogão o açúcar com a água e deixe ferver. Se tiver termómetro, deixe chegar aos 115º.
Retire a calda e deixe arrefecer um pouco.
Com as costas de uma colher de pau, vá mexendo a calda de açúcar contra as paredes do tacho até que vá ficando opaca. Vá juntando à calda e de proceda de novamente contra as paredes do tacho.
Envolva bem e quando estiver uma calda mais grossa e opaca, está pronta.
Com uma concha espalhe a calda sobre as glórias ou se preferir, mergulhe-as tal como fez com o doce. A calda não pode arrefecer muito porque vai "engrossar e coalhar". Se acontecer, leve ao fogão um tacho com água e aos poucos junte o açúcar grosso. Deixe ferver e proceda como anteriormente.
Deixe secar a calda sobre as glórinhas até que fique opaca e brilhante.
Depois delicie-se com estas pequenas maravilhas!
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